04 março 2012

Caminho !

Tão inexplicável os muitos sentimentos da vida, e todos a nossa volta é pior ainda.
Já a alguns dias seu sentimento era de dor e tristeza. A dor era na alma e a tristeza nos olhos. Não conseguia entender tudo o que se passava dentro de si, mas sabia, tinha convicção, que não era comum em sua vida toda aquela confusão. E por mais complicada que ela fosse, seus sentimentos sempre foram bem nitidos.
Ao mesmo tempo que sua vontade era apenas de chorar, almejava rir alto, ouvir musicas animadas e se divertir. Mas algo estava errado dentro dela.
Ela sentia falta de algo ou alguém, e com o passar dos dias soube responder seu questionamento. Mas era estranho, ela sentia falta dele, porém ele estava ao seu lado e sempre a envolvendo em seus braços. Contudo, era vazio, como se algo houvesse se perdido pelo caminho, o longo caminho traçado pelos dois.
Não era amor o que lhes faltavam, nem tão pouco paixão. Era algo mais simples, mais sublime, mais suave, e que antes lhe parecia imperceptível. E por demorar a entender o que lhes faltavam, em sua mente e seu coração ela o culpava de tudo. Como se ele a tivesse traido ou ferido, ou se tivesse quebrado uma taça de cristal, ou estragado um singelo presente antigo. Mas não ocorrera nada disso. Tudo parecia estar como sempre no seu devido lugar e ela sabia que era algo que os mantivera juntos por tanto tempo.
Com o passar dos dias, sua tristeza não desaparecia. Uma vez ou outra se divertiu com uma musica ou uma lembrança, ou algo que lia na internet. Seu refugio era o livro que lia já alguns dias, e foi este, apenas este que a fez ver o que lhe faltava, quando em uma das cenas a mulher descreve o carinho que recebia de seu amado, onde gestos simples lhe apaixonavam. O amado de forma doce a olhava e acariciava seus cabelos, a abraçava pela cintura e a apertava contra seu peito de forma que a fazia querer estar ali para sempre. O olhar dele quando se encontrava no dela era profundo, e sincero.
Fora esta cena do livro, que fez a jovem perceber o que estava lhe faltando. E ela sabia que um momento, como o do livro que a encantou, não dependia de apenas um dos amantes, mas sim que ambos estivessem em sintonia. E ao fechar os olhos e sentir mais uma vez a dor da alma, lagrimas escorreram, provocando lhe vontade de fugir pra os braços de seu amado, aquele que ela tinha a certeza que amava e dedicou anos de sua juventude. Ela lembrava, dos momentos lindos e singulares que viveram juntos, dos olhares apaixonados, dos beijos suaves e doces, do formigar no estomago que sentia tantas vezes quando o encontrava, das cartas trocadas e promessas de um futuro juntos. Tudo isso a fez molhar o colo e o pijama que vestia, e por pouco borrar as letras de sua companhia na madrugada.
Deixou de lado o livro e preferiu ir dormir. Antes, refletiu um pouco sobre o que lhe causou todas as lagrimas, e agora entendia todo o sofrimento de dias, toda a aflição e sentimentos confusos que passaram a sua volta. Conseguia enxergar o que ela e seu amado haviam deixado no tal, caminho traçado. Entendia, que a culpa não era dele, mas também não era sua, mas que juntos abandonaram a base de seu relacionamento.
Parecia estranho, como algumas atitudes que faziam parte do que estava faltando, lhe fazia sofrer tanto. E era mais estranho ainda, o como percebera a falta do ingrediente. Um livro que parecia mais uma história de amor, e apenas mais um na lista do já lidos, mudou seus pensamentos, suas atitudes, seus habitos, e salvou, pois assim ela considerava, salvo, o seu namoro.
O grande segredo dos casais de velhinhos, aqueles que chegam a completar 50 anos de casados, não é apenas o respeito, o amor, o carinho e a compreensão, mas uma junção desses. Porém ela teve a certeza, de que havia mais um ingrediente secreto, e a jovem sabia que havia descoberto e que era preciso colocá-lo em pratica para que florescesse e desses bons frutos, sendo esse, muitos anos juntos.
A tal descoberta era o romantismo, costume dos bons e antigos casais, não muito comum entre os jovens e tão pouco nas baladas frequentada pela maioria. Mas presente nos bons livros, e entre os que nunca desacriditam no amor e na força deste raro sentimento.
Ela sempre valorizou este nobre romantismo, e este foi um dos principais motivos de ter se apaixonado por quem a acompanhava, pois este a fazia sentir-se a mais bela e amada jovem. Mas este, como qualquer bom sentimento precisa ser retribuido todos os dias, mesmo que com simples gestos. Um 'Bom Dia' carinhoso, um sorriso largo, um olhar sincero, boas palavras, carinho, atenção, respeito, e tudo quanto se julgar bom.
Ela contou sua descoberta a seu amado, e este pode perceber que realmente deixado, ambos, o nobre sentimento, pelo caminho. Sua primeira atitude foi abraçá-lo, pois sabia que o romantismo não deveria vir só dele, mas também ser demonstrado por ela, mesmo que com gestos simples. Apertando-o, desejou ter aquele abraço quente, por toda vida. Os labios se tocaram, apesar de sempre terem se beijado, sabiam que aquele beijo era diferente, era puro, tranquilo e sem nenhuma pressa. Mais uma vez a suavidade, como de um dia refrescante, pairava sobre o jovem casal, e estes se olhavam e sabiam que haviam se apaixonado mais uma vez um pelo outro, e sentiam o quão bom era a inocência daquele amor.


Atamys Larissa :

5 comentários:

  1. Que lindo Atamys.
    Vale a pena ler cada linha, até o final do texto.
    Lindo lindo, e a mais pura verdade é que cada detalhe por mais simples que pareça, faz toda a diferença.

    Além das Palavras (umpoucodemimsm.blogspot.com)

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  2. Que lindo amiga ameei seu texto , é otimo de ler , beijao *-*

    Ana!

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  3. Olá obrigada por me seguir estou te seguindo de volta adorei o seu espaço.

    Beijinhoo's.

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  4. Navegando pelos mares da net encontrei o seu link e vim conhecer.
    Belo post,e dispensa comentários.Já estou te seguindo.
    Tenha uma segunda-feira cheia de alegria.
    Bjos.
    http://wwwavivarcel.blogspot.com/

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  5. Obriigada a todos vocês. fico muito feliz com o carinho , beeijos :*

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